segunda-feira, 25 de agosto de 2008

História do PCB, PC do B e PPS



Foto da intentona comunista, fundadores do PCB


PCB: Partido que teve seu surgimento através do amadurecimento objetivo das lutas de classes e da vanguarda operária brasileira, e não como simploriamente é definido, sendo apenas algo desconexo como uma criação artificial da Internacional Comunista e do “dedo de Moscou”.

Em primeiro lugar, é inegável que o surgimento do Partido Comunista do Brasil está diretamente ligado aos grandes movimentos operários de 1917-1920 e à sua derrota, decorrente da incapacidade da liderança anarquista em dar um rumo correto a essas lutas.

É nesse contexto de impotência e de fracasso do anarquismo na condução da luta contra a exploração capitalista, que explode a grande Revolução Russa, dirigida pelo Partido Bolchevique, que conduz o proletariado ao assalto ao Poder, em aliança com o campesinato, e cria o Estado Soviético. A influência desses acontecimentos sobre a vanguarda operária no Brasil é enorme. Os “dogmas” anarquistas contra o “Partido em si” e contra o “Estado em si” - sem examinar o seu caráter de classe - caem por terra. Lentamente, dá-se um processo de diferenciação dentro do próprio movimento anarquista, onde cresce a corrente dos anarco-bolchevistas, de onde sairão alguns dos fundadores do Partido Comunista do Brasil em 1922.

Um terceiro fator básico para o surgimento do Partido Comunista, é o próprio crescimento e concentração da classe operária no país, fruto da industrialização inicial do país durante a I Guerra Mundial. Segundo o censo de 1920, a classe operária chegava a 300 mil trabalhadores, sendo que os três Estados de maior concentração proletária eram São Paulo (28,3%), Rio de Janeiro (24,6%) e Rio Grande do Sul (8,3%); em 1920, concentravam-se nesses três Estados 61,2% do proletariado nacional.

É na cidade de Cruzeiro, São Paulo, onde surge o primeiro núcleo comunista do Brasil, liderado pelo eletricista Hermogêneo Silva. Esse grupo, que adota o nome de “União Operária 1º de Maio”, funcionou entre 1917 a 1919. Também no Rio Grande do Sul surgem grupos “comunistas”.
Os trabalhadores de Porto Alegre editam o Manifesto Comunista de Marx e Engels. Os trabalhadores de Rio Grande inscrevem na fachada da União Operária o lema “Operários de todos os países uni-vos” (...) Essa iniciativa de fundar ligas e círculos comunistas é uma demonstração da necessidade que os trabalhadores sentem do partido.

Finalmente, nos dias 25, 26 e 27 de março de 1922, reuniu-se no Rio de Janeiro o Congresso de fundação do Partido Comunista do Brasil.

Se, por um lado, a fundação do Partido Comunista do Brasil significou um enorme salto de qualidade da classe operária brasileira, no sentido da sua transformação de classe em si para classe para si, por outro lado, padece de grandes debilidades. Em primeiro lugar porque - apesar de surgir no bojo da crítica ao anarquismo da avaliação da rica experiências das lutas proletárias de 1917-1920 - o Partido se constrói em um momento de refluxo do movimento operário brasileiro e de furiosa repressão governamental. Em segundo lugar, pelo grande desconhecimento da teoria marxista em nosso país, seja na classe operária, seja na intelectualidade progressista. Em terceiro lugar, pela ausência de qualquer tradição organizativa no movimento operário - decorrente de um longo predomínio do anarquismo e da extrema debilidade dos movimentos de caráter socialista - com todas as suas conseqüências negativas para a tarefa de organizar um partido coeso e disciplinado. A essas dificuldades deve-se somar - além do relativo atraso industrial do país e a origem camponesa de grande parte de sua recente classe operária - o apoliticismo incutido durante anos a fio na mente dos operários de vanguarda, e o peso considerável das correntes reformistas (católicos, cooperativistas, socialistas evolucionistas) entre os trabalhadores.

Mas a classe operária, ao fundar seu partido, é ainda bastante jovem. O movimento sindical, ainda que combativo, apresenta muitas debilidades. O proletariado mal começa a adquirir consciência política. (...) Até então, o marxismo não é conhecido no Brasil e, mesmo entre a intelectualidade avançada, prevalece o anarquismo.

Pontos a considerar: O primeiro partido comunista do Brasil foi o PCB (Partido Comunista do Brasil), mais tarde em fevereiro de 1962, o partido dividiu-se em PCB (Partido Comunista Brasileiro) e PC do B (Partido Comunista do Brasil) fato que ficou conhecido como "racha do PCB", e durante o período da ditadura militar, ambos foram obrigados a ficar na clandestinidade para não exilados, feridos ou mortos, como aconteceu com alguns de seus companheiros.

PPS: Na abertura do X Congresso do PCB, no Teátro Záccaro, em São Paulo, no dia 25 de janeiro de 1992, encerrando-se no dia seguinte, a maioria optou pela mudança de nome e o PCB passa a se denominar Partido Popular Socialista (PPS) e lança Manifesto à Nação. A minoria que não concorda com a alteração da nomenclatura partidária refunda, no ano seguinte, o PCB.



Fontes:
Site do Pc do B (Vermelho)
Grande Comunismo

3 comentários:

Anônimo disse...

NEM SEMPRE A MINORIA ESTÁ ERRADA, POIS OS QUE ADERIRAM A ALIANÇAS DAS ALTAS CLASSES SOCIAIS BURGUESAS, FORAM OS DO PPS, SENDO QUE O PCB QUE FICOU COM OS PROLES FICARAM PARA LUTAR PARA O POVO.

Anônimo disse...

Minha cara, pesquisando encontrei teu site. Interessante. e Gostaria de contribuir com uma sugestão de fonte... e de lá encontrarás muitas outras, mas para começar... é da REA, revista espaço acadêmico da UEM (Universidade Estadual de Maringa PR)... segue link, http://www.espacoacademico.com.br/arquivo/aozai.htm
Boa leitura!

Nailê disse...

Ok, ireir visitar o site que me enviaste... Afinal, sempre é bom compartilharmos conhecimento!